terça-feira, 28 de abril de 2015

As Máximas de Bere 3 - Pensamentos, Reflexões, Verdades

     Pensamentos de Bere que foram postos em cartas escritas há anos, ou mais recentes deixadas escritas em algumas pastas do seu notebook. Bere faleceu em setembro de 2013, mas deixou este legado maravilhoso de ideias que fazia sobre a vida, o dia a dia e o amor.











Pequenas Mentiras, Meias Verdades - O Bêbado Atentado



 O Bêbado Atentado

   Ficar bêbado é algo que acompanha a humanidade desde os tempos mais remotos, quando notaram que uma fruta cítrica abandonada no sol alguns dias fermentava e comer aquilo dava uma sensação diferente. E como o ser humano é inteligente, foi aprimorando a técnica, deixando os resultados mais alcoólicos e eis que chegamos no mundo atual com bebidas feitas das mais diversas matérias-primas.
   Eu fico imaginando como seria o mundo se não existissem as tonturinhas alcoólicas. Porque muitas festas realmente ficam gostosas e relaxantes por causa de pessoas que entram neste estado e então se soltam, falando o que de outro jeito não falariam. Também não falariam tão alto e não cantariam tão desafinado. Mas as gargalhadas são impagáveis. Elas são a essência da gostosura de uma festinha.
   Por outro lado, tem os que saem literalmente dos trilhos quando bebem. E estes dá pra classificar entre bêbados melosos, chatos, purgantes, violentos, fiasquentos e atentados. Meloso é aquele que fica abraçando você, falando de perto, alisando você. Chato é o bêbado que discute com você sem razão, mas acha que está com a razão. Purgante é aquele bêbado que se despede de você enésimas vezes e sempre volta para dizer as mesmas coisas, tipo, como a amizade é importante ou como foi proveitoso o encontro. Violento é o bêbado que incorpora o machão adormecido dentro dele e acha que pode fazer e acontecer. E muitas vezes faz mesmo. É o pior tipo de bêbado que existe. Fiasquento é aquele bebum que perde toda a sensação de pudor, perdendo calças na frente de todos, se mijando, ou contando coisas íntimas suas que o degradam.
   Mas, eu quero mesmo, falar do último. Não existe criatura mais sem conserto do que um bêbado atentado. Para comprovar isso, leiam a historinha que vou contar:
   O Zé era um cara muito foliento, daqueles de tomar conta das rodinhas de conversa, das festas, na rua entre os amigos. Sempre tinha algo engraçado para fazer ou para contar. Mas quando bebia virava aquele bêbado consciente e atentado. Daqueles de tirar qualquer um do sério. E sempre inventava uma nova moda. 
   Um dia, já tocadinho pelo trago, passando na frente do açougue, viu que estava vazio. Entrou e disse:
   - Olá, boa tarde! ...Vocês tem ração para marrecos aqui para vender?
   O açougueiro, meio deslocado com a pergunta inusitada, vendo o seu estado etílico, respondeu:
   - Não, amigo! Aqui nós só temos carnes para vender. Mais nada. Por favor, siga seu caminho que tenho mais o que fazer!
   O atentado agradeceu, seguiu seu caminho. No outro dia de manhã, novamente tocado, o Zé resolveu implicar no mesmo açougue:
   - Bom dia! ...Tem ração para marreco aí?
   O açougueiro já ficou chateado com a repetição da pergunta. Então disse:
   - Por favor senhor! Não se faça de ridículo querendo me tirar do sério. Siga seu caminho e me deixa trabalhar.
   O bêbado deu adeus e seguiu seu caminho. No mesmo dia, de tardezinha, mais uma vez o Zé tocadinho e atentadão, entrou no açougue já gritando:
   - Me vê aí 2 quilos de ração para marrecos!
   O açougueiro saiu do sério e gritou de volta:
   - Novamente você me atentando aqui. Que coisa!!! ...Se amanhã passares aqui novamente com esta história de ração para marrecos, juro que pregarei seus pés aqui no chão para aprenderes a respeitar meu trabalho!
   No outro dia de manhã, perto do meio dia, açougue cheio de clientes, o bêbado atentado entrou lá e saiu gritando:
   - Ei, açougueiro! ...Tem pregos aqui pra vender?
   O açougueiro, para não constranger os clientes disse discretamente:
   - Não senhor. Aqui não temos pregos para vender.
   E o Zé:
   - Ah, que bom! Então me vê dois quilos de ração para marrecos! 
   

sexta-feira, 24 de abril de 2015

19 Meses sem Bere, Viúvo - O Apelido Vidinha.



19 meses sem Bere, viúvo.

   Realmente, o tempo é o melhor remédio. Pois olhando para trás, o que senti há um ano e sete meses, nos primeiros dias, semanas, após Bere ser levada para outro plano, me fez pensar que jamais voltaria à vida normal. Que jamais teria novamente um dia, uma semana, um mês, onde os momentos de saudade fossem menos intensos do que os momentos de viver, de conquistar, de sorrir, de realizar. A sensação com o passar do tempo migrou de sofrimento de perda, de saudade da ausência desta que foi tudo o que um marido, amigo, confidente e parceiro possa ter, para momentos saudosos. Aqueles que me pegam de surpresa, e tomam conta. Mas, são momentos. E hoje em dia, os considero especiais porque mostram para mim o privilégio que tive de realmente ter podido amar alguém. Amar de verdade, plenamente. É o que tantos buscam uma vida inteira e não encontram. Me sinto privilegiado. E Bere está presente muito mais agora nas lembranças boas, dos momentos especiais que vivemos. Sinto falta dela, claro, mas não é mais algo que impeça de seguir em frente, olhando para o futuro. 
   Falando em lembranças boas, na releitura do livro de Bere que estou fazendo, o texto que conta como surgiu o apelido que nós usávamos: Vidinha.

   O apelido Vidinha

   "Estávamos casados um mês. Era um sábado de tarde. Verão, calor, sol de rachar. Na divisa de nosso terreno com o do vizinho tinha uma cerca de estaquetas, que é formada por ripas de madeira. Tinha umas duas ou três quebradas pelo desgaste do tempo e eu resolvi consertar isso para impedir a passagem dos bichos da vizinhança. Estava eu lá, acocorado, suado de alto a baixo, chapéu largo, pregando uma estaqueta quando Bere chegou com um jarro e um copo e me chamou: 
   - VIDINHA, fiz uma limonada para ti.
   Encheu o copo com aquela bebida geladinha para mim, com cubinhos de gelo caindo junto no copo. Na hora aquela forma de me chamar me deixou desarmado. Fiquei tão impressionado pelo doce chamar de Bere, que fiquei em dúvida sobre o que mais me tocou: se foi porque ela me chamou de 'Vidinha', se foi a atitude dela em me fazer aquele agrado ou se foi a própria limonada. Acho que foi a soma das três coisas. Mas, aquele 'Vidinha' continuou soando em minha memória como se eu tivesse ouvido a mais bela e completa canção de amor de minha vida. Peguei o copo e enquanto comecei a tomar, trouxe Bere para a sombra embaixo de um ingazeiro que tinha ali perto. Tomei aquela limonada em rápidos goles, estava sedento. Bere serviu o segundo copo e o repartimos. Meu olhar para ela foi de uma paixão tão intensa, que não me contive e disse: 
   - Vidinha, Vidinha!!!!! Que maravilha! Nunca mais vou te chamar diferente. Vais ser minha Vidinha daqui pra frente!
   Ela tomou uns goles daquele copo, me alcançou ele pela metade e eu tomei o resto. Ficou só me olhando com seu jeito pós adolescente de menina-mulher, olhar atrevido e realizado, de quem havia selado naquele momento nosso relacionamento para sempre, só por dizer uma palavra. Ela encheu mais um copo, cubinhos de gelo caíram novamente tinindo junto com o suco, e enquanto ela voltou a tomar a limonada eu disse:
    - Nunca na vida ouvi um jeito tão doce de ser chamado. 'Vidinha'. De agora em diante vou te chamar assim: minha Vidinha!
   Ela começou a rir e respondeu:
    - Isto não vale, o apelido é meu. Sou eu quem vou te chamar de Vidinha.
   Eu quis retrucar, mas ela falou antes: 
    - Vamos nós nos chamarmos de Vidinha. Eu deixo. Saiu sem querer, mas eu também gostei muito. Muito mesmo! Soa tão gostoso! Nós somos as vidinhas pulsantes dentro de nossa vida. Vamos manter!
   Daquele dia em diante, nosso tratamento ao nos chamarmos, ao nos referirmos na maioria das vezes foi dizendo Vidinha."

Hora da Faxina: Vaidade



 Vaidade

   Todos temos algo de vaidoso em nós. É indiscutível. Afinal, é o tipo de sentimento que faz com que se procure sempre tirar o máximo de si na aparência, no comportamento  e também no que realizamos.
   Isto necessariamente não quer dizer que para se ter vaidade tenha que ser uma modelo ou um barriga-de-tanquinho. Senão as pessoas depois de uma certa idade, por o tempo cobrar os anos todos de muitas realizações, já não deixa mais tão moldado o corpo. Mas algum detalhe em cada pessoa desperta sua vaidade por ter sido notado por outra pessoa e ela ter elogiado. Pode ser o tipo de rosto, a cor dos olhos, a forma do nariz, o jeito de se vestir, o modo de se comportar, a educação, a voz, as habilidades, a inteligência, a coragem, ou até a paciência. Qualquer destes substantivos citados pode despertar em nós vaidade. O que é muito positivo porque alimenta nossa auto-estima, nos levanta o astral e assim, nossa vida caminha com mais qualidade e harmonia, por termos dentro de nós a certeza de que algum valor em nós se tornou visível para alguém.
   Por outro lado, existe também a vaidade pelas realizações. Pessoas chegadas a nós, família, amigos, têm orgulho de nossas realizações e frente a isto, sempre haverão de tecer elogios referente aos resultados alcançados, ao empenho que tivemos para chegarmos nestes resultados, pelo tempo e determinação despendidos para que estas realizações fossem motivo de orgulho para eles. Mas para nós, estes resultados nos enchem de vaidade. Isto é muito sadio porque assim nosso empenho vai de encontro ao máximo de nossas habilidades para que tudo saia perfeito, correto e lindo, para que nossas pessoas chegadas sintam orgulho e nós, claro, vaidade.
   Nas crianças, a vaidade pelos elogios que damos por algo que superaram em todos os sentidos, seja na evolução de seu aprendizado, seja no seu comportamento, seja na realização de etapas e conquistas em seus brinquedos, as faz tornarem-se mais e mais audaciosas para se superarem sempre. A vaidade tem portanto, um papel fundamental para que a humanidade tivesse chegado onde chegou e continue evoluindo.
   Existe também a vaidade necessária. Explico: é uma forma premente de expor detalhes de si para que seja notado. Um decote saliente para mostrar uma parte dos seios e se fazer notada por isto, uma saia extremamente curta para mostrar coxas e pernas delineadas, uma maquiagem feita por maquiadora para realçar todos os detalhes do rosto, uma legging colada ao corpo para mostrar o tamanho da bunda, um terno no meio da semana para mostrar compromisso executivo, enfim, diversas formas. E no meio desta necessidade de sentir vaidade, sentir-se vaidosa, eu vi a cena que é o máximo em vaidade.
   Tinha uma casa em reforma aqui em nossa cidade. Andaimes, pedreiros, poeira, cimento, uma função. Um dia quando estava caminhando, vi a esposa do dono do prédio chegar numa parte desta reforma, de tailleur, sapato salto alto, toda arrumada. Os pedreiros, sujos, de roupas surradas, estavam em cima do andaime, mais ou menos um metro e meio de altura. Ela subiu os degraus e no último, os pedreiros deram a mão e ajudaram a subir. Quando ela estava em cima do andaime, chamava a atenção todo aquele contraste no meio da reforma, ela tirou um batom do bolso e enquanto dava as instruções para os pedreiros ficou passando batom nos lábios. Eita vaidade!!!!

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Hora da Faxina: História de Barbeiros



História de Barbeiro
   
   Os barbeiros já existem no meio de nós desde quando o homem começou a notar que manter o cabelo e a barba em dia atraía mais as mulheres. E muitos começaram a arte de cortar cabelos ensaiando e picando os cabelos dos filhos, deixando cheios de falhas, errando, até que aprenderam uns cortes razoáveis que dessem para apresentar. Como antigamente as crianças não tinham vaidade, nem se davam conta do ridículo como ficavam com aquele cabelo todo mal cortado pelo pai. E não podia faltar a famosa franjinha, que ficava ali à disposição que quando uma arte era feita, dava pra puxar o piá e mostrar o erro.
   Hoje em dia, tem muito mais cabeleireiras por aí do que barbeiros. Elas geralmente são lindas, cabelo bem tratado, com um salão grande, espaçoso, cheio de espelhos, em ambiente gostoso, muito diferente de barbearias, que geralmente ainda preservam aquele estilo antiquado tradicional.
   E foi desse jeito que as barbearias foram diminuindo e os salões de beleza aumentando. Mas, procurando, sempre se acha ainda uma barbearia por aí, com um barbeiro disposto a deixar o homem mais charmoso, de cabelo e barba aparados.
   Houve uma época em São Leopoldo, na Rua Grande, que haviam mais barbearias do que farmácias. O tempo da navalha, da Acqua Welva, do Glostora, dos pincéis de barbear em potinhos de porcelana chinesa, das cadeiras giratórias verde-água com assentos e encostos em couro vermelho, dos espelhos malhados pela idade, do barbeiro bonachão que, ao invés de amarrar o avental nas costas, fazia uma volta com os amarradores e amarrava no lado. Do tempo da tira de couro para amaciar a navalha, dos pentes de chifre. Tempos diferentes, mas com sua aura.
   Um dia, entrou numa barbearia dessas um senhor acompanhado de um garoto, e o mesmo disse ao barbeiro:
   - Por gentileza, corte meus cabelos, depois os do menino. Tira minha barba rente - mas não me machuca! - limpa minhas unhas das mãos e dos pés. E após cortar o cabelo, por favor, lava com o melhor xampu que tiver nesta barbearia.
   O barbeiro ficou feliz, afinal dois clientes, serviço completo para o pai e corte de cabelo para o filho. Fêz todo o serviço no homem, tudo o que havia orientado fazer. O garoto, sentado do lado, só ficou observando. Trabalho feito, todo perfeito, o homem levantou e disse:
   - Agora corta o cabelo do garoto. Capricha! Enquanto isso dou uma volta, fazer umas comprinhas, depois eu passo aqui, pego o garoto e pago.
   E o serviço iniciou. O barbeiro caprichou. Enquanto fazia o corte de cabelos deu um jornal para o garoto e disse para ele olhar as figuras, era jovem, talvez não soubesse ler ainda.  
   O barbeiro terminou o trabalho, tirou o garoto da cadeira e disse:
   - Senta aqui do lado na cadeira e continua olhando as figuras do jornal, decerto logo teu pai vai voltar.
   O garoto, batendo os restos de cabelos cortados dos ombros respondeu:
   - Ele não é meu pai.
   - Desculpe, - disse o barbeiro. - É por acaso teu tio, teu irmão? 
   - Não, ele não é nada meu seu barbeiro. - Respondeu o garoto.
   - Como assim? - Disse o barbeiro. E o garoto disse:
   - Ele me achou na rua e me disse: "Garoto, quer cortar o cabelo de graça? Vem comigo na barbearia que eu pago teu corte." E vim com ele. 

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Hora da Faxina: O irreverente padre Aloísio

(Na foto da esquerda para a direite: Padre Aloísio (in memoriam), Nosso atual prefeito Darci Lauermann, Schneckão (in memoriam) e Bauermann (in memoriam))

 Situação Constrangedora na Igreja

   Quem não se lembra de nosso saudoso padre Aloísio? Ele era uma pessoa carismática, que conseguia trazer para junto de si a comunidade, não importando classe social ou faixa etária, porque ele entrava no universo dos fiéis e assim conseguia desenvolver um diálogo igualitário.
   Ele, já no jeito de entrar na igreja, trocando palavras com os fiéis os trazia para sua igreja, afinal de contas era muito gratificante ver o pároco passando na fila do seu banco na igreja, olhando para você, sorrindo e dizendo:
   - Que lindo ver você todos os domingos aqui! - E abria um sorriso largo, mostrando sua satisfação em ver aquela pessoa disposta a assistir sua missa e ouvir seu sermão.
   Aliás, seus sermões tinham uma particularidade: ele geralmente encerrava-os contando uma história inusitada ou engraçada da vida, a qual podia associar ao seu sermão. E assim ele dava o recado bíblico com exemplos práticos e muitas vezes hilários de acontecimentos que faziam suas falas criarem mais credibilidade e, principalmente mais interesse para serem ouvidas. E ele tinha um prazer inusitado em fazer seus sermões neste estilo, a gente notava seu olhar de satisfação.
   Então, principalmente suas missas do final da tarde de domingo foram criando corpo, cada vez mais gente ia para assistir, e cada vez mais ele refinava as histórias que contava, justamente para prender seus ouvintes. Eu fui o tipo de pessoa que estava meio desestimulado para ir todos os domingos à missa, mas vendo uma ou outra vez em que fui, o jeito como ele conduzia toda a cerimônia, comecei a pegar gosto e frequentar suas missas do final de domingo.
   O padre Aloísio sempre tinha aquele ar de bonachão. Nunca vi ele xingar por algo que não gostasse ou que fizesse seu trabalho não se desenvolver da forma como ele gostaria. Mesmo já existindo os celulares, ele não se incomodava com algum celular de fiel tocando durante sua celebração. A tática que ele usava era de constranger os que insistiam em levar o celular à missa, ou mantê-lo ligado. Então, quando o telefone do fiel tocava durante a celebração, padre Aloísio parava tudo, cruzava os braços e dizia:
   - Pode atender seu celular. Vamos esperar terminar esta ligação, então continuaremos a missa.
   

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Arranjos de Pratos de Comida 1

A você que não tem inspiração para fazer o almoço todos os dias, aqui mais dez pratos de receitas para o dia a dia onde comidas simples podem ser e parecer muito sofisticadas.


Feijão, refogado de repolho com cenoura, pimentão chapéu-de-bispo recheado com atum ao creme de leite, rabanete e alface.




Dorée de massa de pastel ao forno recheado com arroz carreteado com calabresa, queijo mussarela e tomate, salada de brotos de espinafre com cenoura, pepino e cenoura.




Rocambole de carne moída, arroz ao cheiro de frango, maionese, salada, gema de ovo ao vinagre com pimenta pingo e azeitona recheada com milho cozido.




  Supremo de carne bovina ao molho de mostarda, feijão, arroz colorido, picadinho de verduras (tomate, pimentão, rabanete e alface ecológica.




 Chuletinha de suíno à milanesa, chips de banana verde, creme de cebola, arroz, alface, rúcula, cenoura,pepino, rabanete, pimenta pingo.




Rambonoff: molho de pinhão com torresmo e champignons, massa  talharim, pinhão, rúcula e pepino curtido, pimenta pingo.




Farofa, costelinha de porco no espeto, arroz carnaval, maionese e cachorro de pepino curtido com recheio de tomate, queijo e pimentão verde e vermelho e curtido de abóbora. Pimenta pingo e alface.




 Bife à milanesa mestiço (frango com rês), creme de espinafre, arroz, maionese e salada de alface, pepino, cenoura e beterraba.




 Arroz de forno com cobertura de carne moída, queijo mussarela, calabresinha, tomate cereja, orégano e tomates secos.




Lentilha com calabresa, bolinho de batata crua e salada de alface, rabanete e vagem curtidos, tomate cereja

terça-feira, 7 de abril de 2015

Hora da Faxina: Só o Morto não Riu



 Só o Morto não Riu.

   Nos idos dos anos 70 eu fazia parte de um conjunto musical que animava os bailes da região. O mesmo chegou a fazer fama pelo vasto repertório que apresentava e pela afinação de seus músicos. Integravam a banda 9 músicos, dentre eles, um trombonista. Tradição de pai para filho, seu pai também tocara trombone e a música corria em suas veias. Sempre que surgia a oportunidade de tocarmos no salão onde o pai do trombonista era proprietário, a festa era em dose dupla porque o velhinho, na altura dos seus 90 anos era muito enérgico, alegre e ágil, saracoteando por entre as mesas servindo bebidas e batatas fritas, rindo alto, fazendo caretas, deixando todos a vontade. E não se furtava de tocar lá pela metade do baile pelo menos uma ou duas melodias em seu velho trombone de latão desbotado juntamente com nossa banda.

   Quando isto acontecia, ele virava o centro das atenções e todos comentavam sobre a força que ele ainda conseguia imprimir soprando aquele instrumento. Depois de sua apresentação, o baile corria solto e animado e ele retomava seu posto de garçom.

   Após o baile, quando nós descansávamos e comíamos pão caseiro com linguiça regado a cerveja, o velhinho sentava na nossa frente, entregava o cachê a cada músico e intimava:

   - Quando eu morrer, você está convocado a animar o meu velório! - E enquanto entregava o dinheiro que cabia a cada um, ria com vontade deixando aflorar seus dentes com coroas de ouro reluzindo no fundo da boca.

   Quando o velhinho completou 95 anos, foi realizada uma festa muito especial pela passagem das bodas de brilhante, que ele, apesar de viúvo, fez questão de realizar. Ele já era viúvo há mais de 10 anos, mas esta data ele não quis deixar em branco, pois assim, teria mais um motivo para reunir toda a família, netos, bisnetos e tataranetos, parentes que somados enchiam seu salão de baile. E é claro, nossa banda da qual seu filho era trombonista, iria abrilhantar esta festa. 

   Chegou o dia e a fartura correu solta no evento. Carnearam uma terneira, um porco e algumas galinhas. Dias antes o velhinho recebeu de presente dois cabritos que também foram carneados. Fora as galinhas, o resto da carne toda foi assada em forma de churrasco. As galinhas foram transformadas na mais suculenta galinhada de toda a Linha Babilônia onde eles moravam. No alto do morro se via a fumaça saindo pela chaminé da churrasqueira, inebriando o paladar dos presentes com aquele aroma típico de carne assando. As crianças, famintas, já rodeavam os assadores querendo lasquinhas de carne, mesmo que ainda estivesse sangrosa. E alguns dos adultos, já sentindo o chopp nas veias, iam na carona das crianças querendo também lasquinhas da carne assada.

   Acompanhando o banquete serviram massa, aipim cozido, batata doce assada em forno de barro, pão de milho, farinha de mandioca, queijo ralado, salada de batatas em maionese, alface, couve e salada de tomates com cebolas. E para completar, na mais tradicional herança germânica, serviram curtidos de rabanetes, repolho, pepinos e beterraba. 

   A animação corria solta entre os gritos das crianças, risadas dos adultos e das polcas e valsas tocadas pela nossa banda. Foi um evento inesquecível, pois no meio da tarde o velhinho subiu no palco e acompanhou a banda com seu trombone velho, tocando várias melodias saudosas dos seus tempos de músico. A cada final de melodia ele era ovacionado pelos seus descendentes. E isto lhe causou muita satisfação e orgulho em ter uma prole tão grande. Antes de descer do palco, muito animado, pegou o microfone e pediu silêncio. Quando o burburinho aquietou ele disse:

   - Quero dizer a todos que a felicidade que sinto hoje nesta festa é indescritível. Jamais me senti assim! Obrigado por vocês todos fazerem parte desta família! ...e agora, convido a todos para comermos a sobremesa! - Uma grande salva de palmas ecoou pelo salão acompanhado de assobios aprovadores. O velhinho levantou a mão pedindo silêncio e continuou:

   - Mandei preparar sagu de laranja, de bergamota e de vinho. Também tem creme de leite, pêssegos em calda, ameixas e figo em calda. Sirvam-se! Mas antes, quero dizer mais uma coisa: no dia em que eu morrer, esta maravilhosa banda vai animar o meu cortejo fúnebre e tocar uma música de despedida para mim no cemitério.

   Entre diversos adjetivos de admiração e surpresa, no mais restava um silêncio total. Até que o filho dele, nosso trombonista se posicionou ao lado do pai, tomou-lhe o microfone e disse:

   - Só que isto vai demorar muito tempo ainda!!! Sendo assim, vamos tocar uma melodia juntos para animar esta linda festa.

   E a banda iniciou mais uma melodia animada, tendo o solo do dobrado feito pelos dois, pai e filho, com muito esmero.

   Mais três anos se passaram e o velhinho trombonista veio a falecer com 98 anos de idade. É lógico que no primeiro instante a consternação tomou conta do momento. Mas, aos poucos, relembrando tudo o ele vivenciara e levando em conta a sua alegria de viver e seu último desejo, foi decidido que nossa banda tocaria durante as suas exéquias e seu cortejo fúnebre.

   Toda a Linha Babilônia parou para o evento. Era numa quinta feira, manhã fresquinha, com garoa na madrugada e coberta de cerração na manhã. Mas, a capelinha, furtivamente construída do lado do salão, foi aberta para o velório. No amanhecer, aos poucos os moradores e vizinhos foram chegando e fazendo companhia aos parentes que já haviam varrido a madrugada em sua companhia. Nossa banda chegou às 9 horas da manhã, uma hora antes de sua encomendação. Preparamos os instrumentos e adentramos a capela. O ambiente não era consternador, e sim, de uma paz que convidava a todos a se sentirem bem e de certa forma conformados. O velhinho jazia em seu esquife cheio de flores, deixando a mostra somente suas mãos em forma de oração e seu rosto de expressão plácida e tranquila.

   Iniciamos a primeira melodia: uma valsa lenta, melancólica e marcante. Algumas senhoras começaram a chorar enquanto as outras pessoas murmuravam palavras de consolo aos frequentadores. Enquanto as melodias iam se sucedendo, o ambiente de pesado, ficou leve, tranqüilo, límpido e transparente. Parecia que as pessoas ficaram menos pesarosas com a partida do ente querido e que ali jazia alguém que realmente vivera sua vida em toda a sua plenitude.

   O padre chegou. Fez a encomendação do corpo, e, em seguida o cortejo saiu da igreja para o cemitério precedido pela nossa banda. Quem tomou a frente de todos era o gaiteiro, maestro da banda, que esmeradamente estava a tocar um fox tristonho.

   Quando ele desceu a rampa de gramado defronte à capela, coberta de orvalho, escorregou na grama molhada e caiu rolando até a estrada. O declive de uns 2 metros, enquanto ele rolava abraçado à gaita, fez ele manter as mãos nas teclas e tocar notas das mais estranhas possíveis: Nhéee, Nhuuu, Nhiiii, nhóoooo. Tudo soava estranho. Pararam todos. O cortejo parou. Depois de alguns segundos de silêncio sepulcral, só o grunhido da gaita, algumas pessoas começaram a rir. O cortejo se transformou numa gargalhada só. Os portadores do esquife do velhinho o puseram no chão e começaram a rir. Todos riram. Era uma risada uníssona e marcante, da qual jamais se esqueceria.

   E o maestro, abraçado à gaita no chão, permaneceu alguns segundos acompanhando as gargalhadas. Quando se deu conta, levantou e disse para todos os presentes:

   - Bom, acho que o velhinho não vai dar tanta importância a este pequeno acidente. Vamos adiante!

   E ele continuou a puxar a frente do cortejo tocando notas  melódicas de um fox tristonho. Todos tentaram se compenetrar mas era impossível. Agora as gargalhadas ecoavam por entre os montes. Nosso maestro continuou caminhando e tocando. Todos riam. Enquanto ele tocava, a cada puxada de fole onde ele o abria, caía uma grama para baixo saindo das dobras do fole. 

   E o enterro do velhinho não foi alegre, mas foi animado.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Arranjos de Pratos de Comida

 Bife à Milanesa, arroz com cenoura, maionese, abóbora curtida, alface, kiwi e pimenta pingo




 Carne de panela, aipim (mandioquinha), feijão amendoim, radite, pimentão vermelho, azeitona recheada com abóbora, rabanete e salada de repolho com tomate




 feijão preto, carreteiro de linguiça com couve, alface, vagem e pimentão




 Sobrecocha de frango no forno, massa com molho, farofa com mostarda, alface, pepino, abóbora, salada de beterraba crua com pimentão vermelho




 Farofa, supremo de carne suína, feijão preto, polenta, creme de espinafre, alface, tomate cereja




 Peito de frango no forno ao molho madeira, purê de batatas, repolho refogado com calabresinha e tempero verde, champignos e pimenta pingo




 Churrasco de costela bovina, arroz com batata, maionese, alface, pepino curtido, pimentão, moranga e farofa




 Coxinha da asa de frango + beringela recheada com bacon no forno, creme de rabanete, polenta, couve roxa com beterraba, alface americana




 Feijão amendoim, bife acebolado, aipim refogado com queijo e salaminho, alface, cenoura e pimentão de 3 cores.




 Canudinhos recheados com carne moída, creme de mostarda com palmito, aipim frito, maionese, brotos de espinafre e pimenta pingo.