quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Ideia de Brasileiro: Poste de iluminação pública alimentado por energia eólica e solar


POSTE DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA 100% ALIMENTADO                            POR ENERGIA EÓLICA E SOLAR

Cem por cento limpeza 
Por GEVAN OLIVEIRA


Empresário cearense desenvolve o primeiro poste de iluminação pública 100% alimentado por energia eólica e solar

Não tem mais volta.
As tecnologias limpas – aquelas que não queimam combustível fóssil – serão o futuro do planeta quando o assunto for geração de energia elétrica. E, nessa onda, a produção eólica e solar sai na frente, representando importantes fatias na matriz energética de vários países europeus, como Espanha, Alemanha e Portugal, além dos Estados Unidos. Também está na dianteira quem conseguiu vislumbrar essa realidade, quando havia apenas teorias, e preparou-se para produzir energia sem agredir o meio ambiente. No Ceará, um dos locais no mundo com maior potencial energético (limpo), um ‘cabeça chata’ pretende mostrar que o estado, além de abençoado pela natureza, é capaz de desenvolver tecnologia de ponta.
O professor Pardal cearense é o engenheiro mecânico Fernandes Ximenes, proprietário da Gram-Eollic, empresa que lançou no mercado o primeiro poste de iluminação pública 100% alimentado por energias eólica e solar. Com modelos de 12 e 18 metros de altura (feitos em aço), o que mais chama a atenção no invento, tecnicamente denominado de Produtor Independente de Energia (PIE), é a presença de um avião no topo do poste.
Feito em fibra de carbono e alumínio especial – mesmo material usado em aeronaves comerciais –, a peça tem três metros de comprimento e, na realidade, é a peça-chave do poste híbrido. Ximenes diz que o formato de avião não foi escolhido por acaso. A escolha se deve à sua aerodinâmica, que facilita a captura de raios solares e de vento. "Além disso, em forma de avião, o poste fica mais seguro. São duas fontes de energia alimentando-se ao mesmo tempo, podendo ser instalado em qualquer região e localidade do Brasil e do mundo", esclarece.
Tecnicamente, as asas do avião abrigam células solares que captam raios ultravioletas e infravermelhos por meio do silício (elemento químico que é o principal componente do vidro, cimento, cerâmica, da maioria dos componentes semicondutores e dos silicones), transformando-os em energia elétrica (até 400 watts), que é armazenada em uma bateria afixada alguns metros abaixo. Cumprindo a mesma tarefa de gerar energia, estão as hélices do avião. Assim como as naceles (pás) dos grandes cata-ventos espalhados pelo litoral cearense, a energia (até 1.000 watts) é gerada a partir do giro dessas pás.
Cada poste é capaz de abastecer outros três ao mesmo o tempo. Ou seja, um poste com um "avião" – na verdade um gerador – é capaz de produzir energia para outros dois sem gerador e com seis lâmpadas LEDs (mais eficientes e mais ecológicas, uma vez que não utilizam mercúrio, como as fluorescentes compactas) de 50.000 horas de vida útil dia e noite (cerca de 50 vezes mais que as lâmpadas em operação atualmente; quanto à luminosidade, as LEDs são oito vezes mais potentes que as convencionais). A captação (da luz e do vento) pelo avião é feita em um eixo com giro de 360 graus, de acordo com a direção do vento.

À prova de apagão

Por meio dessas duas fontes, funcionando paralelamente, o poste tem autonomia de até sete dias, ou seja, é à prova de apagão. Ximenes brinca dizendo que sua tecnologia é mais resistente que o homem: "As baterias do poste híbrido têm autonomia para 70 horas, ou seja, se faltarem vento e sol 70 horas, ou sete noites seguidas, as lâmpadas continuarão ligadas, enquanto a humanidade seria extinta porque não se consegue viver sete dias sem a luz solar".
O inventor explica que a idéia nasceu em 2001, durante o apagão. Naquela época, suas pesquisas mostraram que era possível oferecer alternativas ao caos energético. Ele conta que a caminhada foi difícil, em função da falta de incentivo – o trabalho foi desenvolvido com recursos próprios. Além disso, teve que superar o pessimismo de quem não acreditava que fosse possível desenvolver o invento. "Algumas pessoas acham que só copiamos e adaptamos descobertas de outros. Nossa tecnologia, no entanto, prova que esse pensamento está errado. Somos, sim, capazes de planejar, executar e levar ao mercado um produto feito 100% no Ceará. Precisamos, na verdade, é de pessoas que acreditem em nosso potencial", diz.
Mas esse não parece ser um problema para o inventor. Ele até arranjou um padrinho forte, que apostou na idéia: o governo do estado. O projeto, gestado durante sete anos, pode ser visto no Palácio Iracema, onde passa por testes. De acordo com Ximenes, nos próximos meses deve haver um entendimento entre as partes. Sua intenção é colocar a descoberta em praças, avenidas e rodovias.

O empresário garante que só há benefícios econômicos para o (possível) investidor. Mesmo não divulgando o valor necessário à instalação do equipamento, Ximenes afirma que a economia é de cerca de R$ 21.000 por quilômetro/mês, considerando-se a fatura cheia da energia elétrica. Além disso, o custo de instalação de cada poste é cerca de 10% menor que o convencional, isso porque economiza transmissão, subestação e cabeamento. A alternativa teria, também, um forte impacto no consumo da iluminação pública, que atualmente representa 7% da energia no estado. "Com os novos postes, esse consumo passaria para próximo de 3%", garante, ressaltando que, além das vantagens econômicas, existe ainda o apelo ambiental. "Uma vez que não haverá contaminação do solo, nem refugo de materiais radioativos, não há impacto ambiental", finaliza Fernandes Ximenes.

Vento e sol         
Com a inauguração, em agosto do ano passado, do parque eólico Praias de Parajuru, em Beberibe, o Ceará passou a ser o estado brasileiro com maior capacidade instalada em geração de energia elétrica por meio dos ventos, com mais de 150 megawatts (MW). Instalada em uma área de 325 hectares, localizada a pouco mais de cem quilômetros de Fortaleza, a nova usina passou a funcionar com 19 aerogeradores, capazes de gerar 28,8 MW. O empreendimento é resultado de uma parceria entre a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a empresa Impsa, fabricante de aerogeradores. Além dessa, a parceria prevê a construção de dois outros parques eólicos – Praia do Morgado, com uma capacidade também de 28,8 MW, e Volta do Rio, com 28 aerogeradores produzindo, em conjunto, 42 MW de eletricidade. Os dois parques serão instalados no município de Acaraú, a 240 quilômetros de Fortaleza.Se no litoral cearense não falta vento, no interior o que tem muito são raios solares. O calor, que racha a terra e enche de apreensão o agricultor em tempos de estiagem, traz como consolo a possibilidade de criação de emprego e renda a partir da geração de energia elétrica. Na região dos Inhamuns, por exemplo, onde há a maior radiação solar de todo o país, o potencial é que sejam produzidos, durante o dia, até 16 megajoules (MJ – unidade de medida da energia obtida pelo calor) por metro quadrado.
Essa característica levou investidores a escolher a região, especificamente o município de Tauá, para abrigar a primeira usina solar brasileira. O projeto está pronto e a previsão é que as obras comecem no final deste mês (abr10). O empreendimento contará com aporte do Fundo de Investimento em Energia Solar (FIES), iniciativa que dá benefícios fiscais para viabilizar a produção e comercialização desse tipo de energia, cujo custo ainda é elevado em relação a outras fontes, como hidrelétricas, térmicas e eólicas.
A usina de Tauá será construída pela MPX – empresa do grupo EBX, de Eike Batista – e inicialmente foi anunciada com uma capacidade de produção de 50 MW, o que demandaria investimentos superiores a US$ 400 milhões. Dessa forma, seria a segunda maior do mundo, perdendo apenas para um projeto em Portugal. No entanto, os novos planos da empresa apontam para uma produção inicial de apenas 1 MW, para em seguida ser ampliada, até alcançar os 5 MW já autorizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Os equipamentos foram fornecidos pela empresa chinesa Yingli.
Segundo o presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Antônio Balhmann, essa ampliação dependerá da capacidade de financiamento do FIES. Aprovado em 2009 e pioneiro no Brasil, o fundo pagaria ao investidor a diferença entre a tarifa de referência normal e a da solar, ainda mais cara. "A energia solar hoje é inviável financeiramente, e só se torna possível agora por meio desse instrumento", esclarece. Ao todo, estima-se que o Ceará tem potencial de geração fotovoltaica de até 60.000 MW.

Também aproveitando o potencial do estado para a energia solar, uma empresa espanhola realiza estudos para definir a instalação de duas térmicas movidas a esse tipo de energia. Caso se confirme o interesse espanhol, as terras cearenses abrigariam as primeiras termossolares do Brasil. A dimensão e a capacidade de geração do investimento ainda não estão definidas, mas se acredita que as unidades poderão começar com capacidade entre 2 MW a 5 MW.

Bola da vez

De fato, em todas as partes do mundo, há esforços cada vez maiores e mais rápidos para transformar as energias limpas na bola da vez. E, nesse sentido, números positivos não faltam para alimentar tal expectativa. Organismos internacionais apontam que o mundo precisará de 37 milhões de profissionais para atuar no setor de energia renovável até 2030, e boa parte deles deverá estar presente no Brasil. Isso se o país souber aproveitar seu gigantesco potencial, especialmente para gerar energias eólica e solar. Segundo o Estudo Prospectivo para Energia Fotovoltaica, desenvolvido pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), o dever de casa no país passa, em termos de energia solar, por exemplo, pela modernização de laboratórios, integração de centros de referência e investimento em desenvolvimento de tecnologia para obter energia fotovoltaica a baixo custo. Também precisará estabelecer um programa de distribuição de energia com sistemas que conectem casas, empresas, indústria e prédios públicos.
"Um dos objetivos do estudo, em fase de conclusão, é identificar as oportunidades e desafios para a participação brasileira no mercado doméstico e internacional de energia solar fotovoltaica", diz o assessor técnico do CGEE, Elyas Ferreira de Medeiros. Por intermédio desse trabalho, será possível construir e recomendar ações estratégicas aos órgãos de governo, universidades e empresas, sempre articuladas com a sociedade, para inserir o país nesse segmento. Ele explica que as vantagens da energia solar são muitas e os números astronômicos. Elyas cita um exemplo: em um ano, a Terra recebe pelos raios solares o equivalente a 10.000 vezes o consumo mundial de energia no mesmo período.
O CGEE destaca, em seu trabalho, a necessidade de que sejam instituídas políticas de desenvolvimento tecnológico, com investimentos em pesquisa sobre o silício e sistemas fotovoltaicos. Há a necessidade de fomentar o desenvolvimento de uma indústria nacional de equipamentos de sistemas produtivos com alta integração, além de incentivar a implantação de um programa de desenvolvimento industrial e a necessidade de formação de profissionais para instalar, operar e manter os sistemas fotovoltaicos.

Fonte: Revista Fiec 

domingo, 20 de janeiro de 2013

Culinária: Strogonoff do Pio

        Tem sempre um jeito diferente de preparar uma carne para que ela dê um sabor especial e complete o resto do cardápio com seu toque especial. O Strogonoff tem variantes muito diferentes de ser feito e de todos os jeitos fica bom. O original só leva filé mignon flambado com conhaque, com champignons e molho de creme de leite. Há que gosta de acrescentar milho no lugar dos champignons. Há quem gosta de fazer o molho com iogurte em vez de creme de leite para ter um sabor mais agressivo. E há quem gosta de fazer com farinha de trigo e maizena o molho. De qualquer forma, meu strogonoff é muito gostoso e realmente faz as pessoas comerem demais porque ele "chama" o paladar. 
       Então, qual é o segredo? Nenhum! Eias a receita:

Strogonoff do Pio 


INGREDIENTES:

1,2 Kg de coxão de fora (cochão mole).
meia xícara de óleo de soja ou um tablete de 100gr. de margarina para culinária.
1 cebola média
2 cebolas grandes
3 dentes de alho
3 tomates
1 vidro de palmito de Palmeira Real (Açaí também serve. Não recomendo Pupunha). 300gr.
120 gramas de champignons (1vidrinho ou sachê).
4 sachês de creme de leite (ou 1 lata mais um sachê).
Pimenta do reino
Sal


Palmito e Champignons: essencial para uma receita balanceada e saborosa:


MODO DE PREPARAR:
       Corte o palmito em tiras e coloque no fogo para cozinhar, com água a cobrí-lo. Isto vai evitar que o palmito fique escuro no contato com o creme de leite.


     Corte a carne toda em tiras (tipo batata frita). Coloque o óleo ou margarina no fogo em panela grande (de preferência de ferro), junte a carne e a cebola média picada. Deixe no fogo semi-tampado até levantar fervura. Acrescente os dentes de alho picados. Deixe a carne cozinhando até fritar, e quando estiver fritando, tempere com sal a gosto e pimenta (macerada ou moída na hora). Cubra com água fria e deixe levantar fervura e cozinhar. Leva em torno de 45 minutos para secar esta água. (Se a carne ainda não estiver macia, repita a operação. Geralmente não é necessário fazer isto.)  Ela vai voltar a fritar.


Carne frita, macia e flambada.
        


       Acrescente as cebolas e os tomates picados...



 ...e deixe no fogo até que se dissolvam (15 minutos)



Acrescente o palmito cozido e o champignon


Acrescente o creme de leite e deixa levantar fervura mexendo sempre


Sirva com arroz, maionese colorida, batata palha, salada de cebola e pepino curtido.





domingo, 6 de janeiro de 2013

Culinária: Molho da Vovó Érica

Receita de família, passada de mãe para filhos. Um prato que demora três horas para preparar mas que faz o sabor destacar e ser idolatrado por todos que o comem. Não sei se a inventora deste delicioso molho realmente foi minha mãe Érica, mas ele ficou assim conhecido.
Apesar de ser um prato demorado para preparar, o custo final dos produtos usados não é alto e caso espere visita para o almoço, dá perfeitamente para começar preparando na véspera, deixando a carne pronta, o que reduz o feitio do prato pela metade. 

Aqui, o segredo da família Rambo guardado há uma geração:



01 Receita: 1 kilo e meio de coxão duro (coxão de fora)


02 Corte ele em bifes e bata com o martelo de bifes formando diversos bifes.


03 Coloque na panela (de ferro) com 3 colheres bem cheias de banha, 1 cebola média e três dentes de alho picados.


04 Tampe e deixe levantar fervura (com o próprio suco da carne). Tempere com sal,  1 pitada de pimenta-do-reino de preferência branca e uma pitada de noz moscada.


05 ...Deixe fever até secar em fogo médio, panela tapada


06 ...Meia hora depois a carne seca. Deixe fritar, acrescente mais meio litro de água.


07 ...Passado 45 minutos desde o início do processo, a carne seca novamente. Deixe fritar, acrescente um pouco de água.


08 ... Passado uma hora desde o início, a carne seca mais uma vez. Deixe fritar, acrescente mais um pouco de água.


09 ... Passadas uma hora e meia, a carne secou mais uma vez. Deixe fritar...


10 ...depois, retire da panela e reserve

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11 Pique nove tomates médios em tamanho não muito pequeno

.
12 Pique duas cebolas grandes ou 4 cebolas médias em tamanho não muito pequeno. Também tenha a mão meia lata de extrato de tomate.


13 Coloque a cebola picada na panela com um caldo de galinha e deixe em fogo brando desmanchar a cebola com seu próprio suco, com panela aberta, derramando de volta com cuidado a banha que estava na carne separada.


14 Vá mexendo a cebola a cada momento e quando ela grudar no fundo, dê choquinhos de água, deixe secar e vá fazendo isto até ela ficar totalmente cozida e frita (45 minutos depois).


15 ...Reserve junto com a carne.


16 Acrescente o tomate picado na panela, uma pitada de sal e 2 colheres de cachaça. Deixe o tomate cozinhar com seu próprio suco durante meia hora.


17 Quando o tomate estiver desmanchando e secando meia hora depois, acrescente meia lata de extrato de tomate e mexa sem parar até a massa separar da banha empregada na receita - uns 10 minutos.


18 Acrescente 1 colher bem cheia de farinha de trigo e mexa sempre sem parar, até a massa...
19 ...soltar do fundo da panela.


20 Acrescente a carne reservada junto com a cebola e acrescente água até tapar o conteúdo da panela.


21 Deixe em fogo brando até criar consistência e levantar fervura.


22 Sirva com arroz branco.....


23 ....e arroz à grega


24 com maionese colorida

























25 e todos vão aprovar.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Por que gosto de música Alemã

Aqui está a melodia a que me refiro no texto abaixo:


Como começou o gosto pelas músicas alemãs?
Esta é uma pergunta muito interessante. Quando eu era criança, Onde eu morava em Harmonia - um pequeno distrito de Montenegro (distante 70Km de Porto Alegre) - as famílias tinham o costume de se reunir no final da tarde para tomar chimarrão e falar sobre os mais variados assuntos. Isto para nós era muito prazeroso. A gente sentava em rodinha sobre o gramado no lado de casa e debatia sobre os acontecimentos na comunidade, sobre nossas atividades e sobre música. Meu pai era apaixonado por uma bela melodia, desde que tivesse harmonia e sonoridade.
Muitas vezes no final da tarde de domingo, sentávamos para o tradicional chimarrão e então tocávamos os discos de vinil que tínhamos em casa, os quais não eram tantos, talvez uns 30. Dentre estes discos tinha um único disco LP (long play) de música estrangeira de 1958, da banda: Slavko Avsenik und seine Original Oberkrainer. Meu pai mostrava um prazer especial quando tocava este disco, principalmente a música: Wenn am Sonntagabend die Dorfmusik Spielt (Quando no anoitecer de domingo toca a música da vila). Ele dizia que isto era música pois os arranjos todos eram elaborados com uma qualidade ímpar, diferente da pobreza dos arranjos musicais das melodias brasileiras. Dizia que a música alemã tinha uma riqueza de detalhes sem comparação e que mesmo quem não compreendesse a língua sabia interpretar o sentido da canção simplesmente pela melodia e seus arranjos. Ele falou isto por diversas oportunidades em que aquele disco tocava.
Aquilo me marcou. Eu ficava pensando: "Mas, será que a música alemã realmente é tão diferente?" Na época estávamos no auge da Jovem Guarda e era proibida a entrada de música estrangeira no Brasil. Às vezes à noite, meu pai sintonizava a rádio Deutsche Welle em ondas curtas e escutava sua programação. Então quando tocava alguma canção do Peter Alexander, do Freddy Quinn, da Lolita e outros tantos talentos alemães, ele nos chamava e nos fazia escutar aquelas melodias, dizendo o quanto sentia não ter como comprar este material para poder escutar com mais qualidade (as ondas curtas são uma nhaca) e saborear nos momentos de lazer. Eu, criança, sofria com ele a dificuldade em poder usufruir no seu todo estas belas melodias. Então eu me fiz uma promessa no dia em que completei 10 anos de idade: eu teria um dia o maior acervo de música alemã do Brasil.
Meu primeiro disco de música alemã adquiri com 16 anos, um LP com Werner Müller & Orchester tocando as valsas de Strauss. A partir daí não parei mais. Hoje meu acervo só de músicas alemãs (da Alemanha, Suíça, Áustria, Eslovênia, República Tcheca, Holanda e Bélgica) soma mais de 100.000 títulos com inúmeros intérpretes e bandas.
Há 15 anos recebi o convite para divulgar estas músicas em programa de rádio, que originalmente se chamava Cultura Alemã e atualmente se chama Hallo Freunde (Alô Amigos). O programa começou tímido, entre fitas K7, LPs e alguns CDs. Mas o formato desde o início até hoje não mudou, ou seja, produzo ele durante a semana fazendo uma seleção de músicas para brindar os ouvintes com o que de melhor existe na música alemã.