sábado, 17 de julho de 2010

Conflito de Ideias

 

Vento, vagão de poeira, zoeira,
Batalha natural, munição de pó.
Só e não só, faz chorar as venezianas,
As damas e meus olhos.
Lágrimas, dádivas, milhões de lágrimas,
Uma por uma, com suas histórias,
Seus segredos, seus medos,
Seus porquês, sem quês, suas memórias.
Áh! Porquês e mais porquês!
Por que vago e vazio... tudo é concreto:
Vento, porque, história... palavras!
Palavras lavradas sobre lavas e águas,
Ditadas em vão, sem objetivo
Como vivos projéteis da boca para fora.
Mora: brasa ou casa, inflama!
Emana o pensamento só nos sonhos,
Sem alento, tristonhos, como gotas
Marotas que descem, decrescem
Pela face-disfarce do olhar chorado.
E este magoado choro vem do coro
Do vento sem alento que até fez chorar
Mais alto que a mim próprio
O asfalto, as venezianas levianas.
Desportegidas e sem vidas
Como o morto sem conforto:
Confronto do espírito com a alma,
Na calma do meu conflito
Com meus ditos, porquês, odisseias,
Cefaleias, conquistas, listas e ideias.
                  Pio Rambo 07/07/1977

                                                          créditos a MOZANA AMORIM em: www.cecedilha.blogger.com.br/

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