quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Hora da Faxina: Supermercado




Supermercado

   Gosto de supermercados. Melhor: gosto de entrar em supermercados. Adoro fazer compras, caminhar entre as prateleiras e as gôndolas, ver novidades e principalmente seguir comprando paralelamente o que não consta na lista de compras. É uma espécie de ritual que a gente segue ao fazer estando no supermercado, olhando lista, olhando o que já tem no carrinho, vendo produtos, lendo rótulos... nossa, é uma atividade desestressante do mesmo jeito como é contar moedas. É algo do tipo onde não se imagina o desfecho, pois sempre haverão novidades no caminho.
   Passar na fruteira escolhendo as melhores verduras, as frutas mais apropriadas, acondicionando alface sem machucar em um saco plástico, decidindo entre brócolis ou couve-flor, entre pêssego ou ameixa, tudo é lúdico. Tudo é prazeroso de fazer. E ainda para melhorar a atividade, tem sempre alguém que chega perto, escolhe frutas e verduras também, e quando for uma pessoa conhecida o assunto já flui. E quando for uma pessoa desconhecida, então já existe um 'gancho' para iniciar um papo, ou quem sabe, uma amizade.
   A terapia do super é muito eficiente. Pois ela nos ensina a fazer economia com escolhas e nos faz criar cardápios para a semana, imaginando o que preparar cada dia, escolhendo entre saúde e combinação da boa, que vai fazer todos saírem 'gordos da mesa' como eu falo aqui em casa. Combinar sabores é algo que se aprende com o tempo. E se descobre que misturar fritura com comida é complicado para dar um sabor gostoso ao almoço. Geralmente dá certo com uma polenta cozida ou um purê de batatas.
   Entre tantas idas e vindas minhas ao supermercado, fico impressionado com o fato de que algumas pessoas preferem esperar no carro a parceira fazer as compras porque não tem 'saco' de ficar junto enquanto os melhores alimentos são escolhidos. Não sabem o que perdem neste belo treino de vida e saúde.
   E tem também as pessoas estressadas que ficam bufando no fila do caixa querendo que seu preferencial seja priorizado e que se dane a menina do caixa com a contabilidade no fim do dia. Putz. Eu fico irriquieto quando vejo alguém bufando na fila. Pois quando se vai ao supermercado a gente deve estar consciente de que pode demorar na fila, afinal todos podem ao mesmo tempo ter ido fazer suas compras.
   Pior ainda é quando se pega uma caixa de supermercado estressada. Eu vi um fato acontecer com a moça que estava na minha frente e tinha vários tipos de carne para passar. A menina do caixa, nem mais tão menina, calculo uns trinta anos, pegou cada saquinho de carne e atirou na balança na sua frente como se fosse um saco de lixo. Então, numa luz impagável a moça disse:
   - Moça, não precisa matar o boi de novo. Ele já tá morto.


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