domingo, 9 de janeiro de 2011

Cor de olhos Natureza

Era loira, cor de olhos natureza,
Era simples, meiga e pura.
O seu suave andar
Na areia alva do mar com ternura...
Só olvidava de entregar o seu coração.
Quando a brisa a vinha tocar,
Não contestava um suspiro de emoção.

Eu vi seus olhos que só sabiam mostrar
Que seus ágeis meneios a libertavam.
Vi seus lábios, que de pureza,
Punham sorrisos a aflorar,
Do mesmo jeito como a brisa e o mar se roçavam.
Era loira, cor de olhos natureza,
Que os instantes da vida vivia a amar.

Dias antes a loira se foi
Como o verde deixa a cidade.
A luz clara da manhã cessou
E o brilho restou na saudade,
Contemplado por ser fiel à esperança.
Ama, o tempo calado a ensinou
E em seu caminho fala mais alto a esperança.


                                       (Pio, janeiro de 1978)




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