quinta-feira, 2 de abril de 2015

Hora da Faxina: Arroz Reaproveitado



   Arroz Reaproveitado

   Não sei por que nas férias a gente cria hábitos diferentes dos praticados no dia-a-dia. É algo tão impressionante que chega a chamar a atenção. Acho que a rotina que muda faz com que muitas coisas sejam também diferentes, e a genta as pratica sem se dar conta. Uma delas é a higiene. Incrível, em casa se é tão cuidadoso com as coisas e nas férias, na praia, a gente passa por cima de certos detalhes que podem prejudicar.
   Numa dessas nossas férias em grupo na praia, estávamos em Itapema, um paraíso de lugar. Algumas casas alugadas no mesmo pátio, vários membros da família veraneando juntos, e cozinha comunitária. Coisinhas compradas, básicas, como açúcar, sal, óleo, detergente, cebola, tomate, alho, café, enfim, aquilo que se usa todos os dias e que se precisa dentro de uma casa, uma rotina para funcionar.
   Então, o açúcar e o sal foram colocados em dois potes quase iguais, só mudou a tampa entre eles, azul para o açúcar e verde claro para o sal, ficando juntinhos num canto do  balcão. Meu cunhado resolveu passar um café, daqueles de encher a casa com o cheirinho bom do café. Quando terminou, meu filho foi preparar uma xícara para a mãe e as tias, e em vez de pôr açúcar pôs sal. Foi um momento impagával a hora da tomada do primeiro gole do café salgado, todos logo cuspindo fora este líquido intragável.
   E enquanto as férias corriam, num dia desses, turma grande, onde não se sabia exatamente a quantidade de arroz para fazer, foi feito uma panelada de arroz e sobrou muito. Algo para uns dois ou três dias. Como não tinha lugar na geladeira, ele ficou no canto da pia, sendo aos poucos reaproveitado. Pra variar, guardado na sua panela de alumínio onde havia sido feito.
   No terceiro dia, vendo aquele arroz reaproveitado mais uma vez, na hora do almoço vi meu filho servir colheradas deste arroz em seu prato. Eu olhei para ele e fiz discretamente que não com a cabeça, imitando alguém vomitando. Meu filho fez ar de interrogação, tipo: "Como vou devolver este arroz?" - e eu fiz um gesto com a cabeça tipo: "Devolve ele!" - Ele captou e foi fazendo de conta que estava servindo arroz, mas na realidade estava pegando e devolvendo o arroz do prato dele para a panela. Foi uma cena muito engraçada, eu tive que rir do jeitinho dele de fazer aquilo para ninguém perceber ele devolvendo o arroz do prato dele. 
   Eu, rindo largado deixei todos à mesa apreensivos por tamanhas risadas e o motivo disso. A cada colherada devolvida, mais eu ria. Alguns até se contagiaram comigo rindo junto. Mas um cunhado meu, mais sério, ficou intrigado e quis saber o motivo da piada. Então, meu perguntou:
   - Ué, por que você está rindo? ...Qual é o motivo de tanta graça?
   Então eu respondi rindo ainda mais:
   - Alguém funou aqui na mesa! Hahaha, resta descobrirmos quem foi!

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