sexta-feira, 24 de abril de 2015

Hora da Faxina: Vaidade



 Vaidade

   Todos temos algo de vaidoso em nós. É indiscutível. Afinal, é o tipo de sentimento que faz com que se procure sempre tirar o máximo de si na aparência, no comportamento  e também no que realizamos.
   Isto necessariamente não quer dizer que para se ter vaidade tenha que ser uma modelo ou um barriga-de-tanquinho. Senão as pessoas depois de uma certa idade, por o tempo cobrar os anos todos de muitas realizações, já não deixa mais tão moldado o corpo. Mas algum detalhe em cada pessoa desperta sua vaidade por ter sido notado por outra pessoa e ela ter elogiado. Pode ser o tipo de rosto, a cor dos olhos, a forma do nariz, o jeito de se vestir, o modo de se comportar, a educação, a voz, as habilidades, a inteligência, a coragem, ou até a paciência. Qualquer destes substantivos citados pode despertar em nós vaidade. O que é muito positivo porque alimenta nossa auto-estima, nos levanta o astral e assim, nossa vida caminha com mais qualidade e harmonia, por termos dentro de nós a certeza de que algum valor em nós se tornou visível para alguém.
   Por outro lado, existe também a vaidade pelas realizações. Pessoas chegadas a nós, família, amigos, têm orgulho de nossas realizações e frente a isto, sempre haverão de tecer elogios referente aos resultados alcançados, ao empenho que tivemos para chegarmos nestes resultados, pelo tempo e determinação despendidos para que estas realizações fossem motivo de orgulho para eles. Mas para nós, estes resultados nos enchem de vaidade. Isto é muito sadio porque assim nosso empenho vai de encontro ao máximo de nossas habilidades para que tudo saia perfeito, correto e lindo, para que nossas pessoas chegadas sintam orgulho e nós, claro, vaidade.
   Nas crianças, a vaidade pelos elogios que damos por algo que superaram em todos os sentidos, seja na evolução de seu aprendizado, seja no seu comportamento, seja na realização de etapas e conquistas em seus brinquedos, as faz tornarem-se mais e mais audaciosas para se superarem sempre. A vaidade tem portanto, um papel fundamental para que a humanidade tivesse chegado onde chegou e continue evoluindo.
   Existe também a vaidade necessária. Explico: é uma forma premente de expor detalhes de si para que seja notado. Um decote saliente para mostrar uma parte dos seios e se fazer notada por isto, uma saia extremamente curta para mostrar coxas e pernas delineadas, uma maquiagem feita por maquiadora para realçar todos os detalhes do rosto, uma legging colada ao corpo para mostrar o tamanho da bunda, um terno no meio da semana para mostrar compromisso executivo, enfim, diversas formas. E no meio desta necessidade de sentir vaidade, sentir-se vaidosa, eu vi a cena que é o máximo em vaidade.
   Tinha uma casa em reforma aqui em nossa cidade. Andaimes, pedreiros, poeira, cimento, uma função. Um dia quando estava caminhando, vi a esposa do dono do prédio chegar numa parte desta reforma, de tailleur, sapato salto alto, toda arrumada. Os pedreiros, sujos, de roupas surradas, estavam em cima do andaime, mais ou menos um metro e meio de altura. Ela subiu os degraus e no último, os pedreiros deram a mão e ajudaram a subir. Quando ela estava em cima do andaime, chamava a atenção todo aquele contraste no meio da reforma, ela tirou um batom do bolso e enquanto dava as instruções para os pedreiros ficou passando batom nos lábios. Eita vaidade!!!!

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