quinta-feira, 2 de julho de 2015

Hora da Faxina - Mulheres e Bolsas



 Mulheres e Bolsas.

   Mulheres, bolsas. São quase sinônimos. A relação que existe entre elas e suas bolsas pesadas, chega a ser maternal. De uma forma tão íntima, que homem nenhum consegue assimilar esta simbiose.
   Uma bolsa de mulher é tão complexa, que por vezes nem ela se acha. Claro, lá dentro tem ao menos quatro departamentos completos instalados, onde ela tem sempre tudo a mão: tem um centro de estética e beleza com batons, lápis delineador, rímel, blush, prendedores de cabelo, tiara, grampos de cabelo, pentes, espelho e algum creme especial para eles, os cabelos. Vai que eles se rebelem bem na hora de almoçar naquele restaurante movimentado e desfaçam nela a silhueta de diva, o creme sempre faz seus milagrinhos. Tem também um centro de higiene completo: lixa de unhas, umas cinco, algodão em bolas, absorvente higiênico, carefree, pacotinho de papel higiênico de viagem, sabonetinho de hotel, álcool gel, fio dental, escova de dentes, pastilhas refrescantes, creme para as mãos, sacolinha plástica para colocar os descartes, desodorante e calcinha reserva discretamente guardada naquela parte de dentro da bolsa, tipo bolso, que tem fecho, para não dar na vista. Vai que numa tosse ou uma risada largada, possa se molhar. Então, melhor previnir. Tem também um escritório com extensão bancária completa: bloco de anotações, agenda, lápis e apontador, caneta, calculadora, boletos, faturas pagas, carteira, dinheiro, pochete para moedas sempre explodindo de tão cheia, cartões de crédito, cartões de lojas, de todas as lojas e uma régua de vinte centímetros. Vai que veja aquela mesa de vidro linda na vitrine de uma loja e queira medir seu tamanho para ver se cabe na sua sala de jantar. Mesmo que não tenha intenção de comprar, mas o importante é ver se cabe. Tem também uma farmácia completa: São cartelas de comprimidos para dor de cabeça, gripe, cólicas, dor de dente, lombar, relaxante, calmante, anti estressante, multi-vitaminas e dramin. Sempre tem dramin, vai que fique enjoada por ir no banco de trás do carro da colega para visitar um cliente. Tem bandait, colírio, gel refrescante, pomada anti-alérgica, cremes anti-rugas e um pacotinho de camisinhas. Vai que o marido esqueceu de comprar, ou se solteira, pinta aquele programa...
   Por alto, ali a bolsa já soma uns cinco quilos. Então, a mulher ainda tem o jeitinho especial de separar tudo em estojinhos, embalagens, nossa, uma forma de organizar que é para ela se achar mais facilmente no meio de tantos setores e segmentos. Mas ela nunca se acha. Quando precisa mesmo, fica completamente perdida no meio de tantas coisas que para ela são tão importantes, acabando por esvaziar a metade da bolsa sobre a mesa até achar o que procura. E ainda tem um livrinho de salmos, receitas, fotos da família, brincos, anéis e pulseiras reserva, celular daqueles enormes, enfim, por baixo uns seis quilos que ela leva para todos os lugares. A bolsa é o porto seguro das mulheres e sem ela, elas se sentem nuas.
   Engraçado é, que como se isso não bastasse, elas trocam de bolsa duas a três vezes por semana. Bom, a coleção é grande, e os homens dificilmente notam que trocaram de bolsa, mas acreditem: trocaram! É lindo de se ver o trabalho que elas têm em reorganizar as coisas na bolsa marrom café porque o calçado que vai usar é marrom café e a bolsa que está em uso é marrom chocolate. Incrível, elas conseguem diferenciar estas nuances. Não estou mentindo!
   

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