sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Com Cento e Seis Anos



    Assim como os anos correm cada vez se vê que as pessoas envelhecem mais.
    É impressionante como as pessoas vivem a mais hoje em dia em comparação com antigamente. Quando eu era um garoto, diziam que com cinquenta anos se era velho. Quando uma pessoa falecia com mais de cinquenta anos a conversa entre as pessoas soava assim:
    - Ora, ele já era tão velho! Ele morreu de velhice!
    Então, a pessoa que estava  ao seu lado respondia:
    - Que Deus nos ajude chegarmos também tão longe!
    Mas hoje em dia, já passamos dos cinquenta e sentimos que a vida ainda está no começo e que ainda poderemos viver mais cinquenta anos.
    Tudo mudou. Através da medicina e da comida balanceada chegamos no ponto onde facilmente passamos dos oitenta anos. Então quando alguém morre com cinquenta anos, nós dizemos: "Ora, ele morreu tão jovem!"
    E assim, com os tempos e através dos dias, a vida corre e trás sempre mais pessoas que passam dos oitenta anos de idade, cheias de saúde, cheias de entusiasmo e vida.
    Um amigo meu um dia me disse que as pessoas que envelhecem com saúde são as que não têm medo de acompanhar a tecnologia e que não se angustiam em acompanhar as novidades.
    E isto é uma verdade. As pessoas que lidam com computador, que tem seu celular e sabem tirar dele mais do que só telefonar, estão tão engajadas com a tecnologia a ponto de levarem a vida com mais qualidade e viverem mais.
    E ainda, juntam-se a eles aqueles que passam de cem anos e não cuidam o que comem e de sua vida. Então, doutores se impressionam das velhinhas e velhinhos que chegam tão longe sem se preocuparem com o que fizeram ou o que comeram.
    Para mostrar como isto acontece, tem a história daquela velhinha que se chamava Leonilla. Era uma senhora simpática e alegre, que já chegara aos cento e seis anos. Ela ainda estava com a mente em sã consciência e tinha uma família que estimava muito.
    Leonilla, na realidade era um exemplo da mulher que construiu sua vida em torno da família, na comunidade e pelo orgulho da amizade de sua família.
    E porque a família também se preocupava com a saúde da velhinha centenária, faziam com que ela fosse, assim como aconteceu já no ano anterior, se consultar com um médico e fazer um checkup.
    Ela aceitou e foi ao médico, aliás bem mais jovem que ela, pudesse até ser seu neto pela idade. Ele então lhe prescreveu uma bateria de exames a fim de fazer um retrato de sua saúde.
    Ela fez todos os exames, e quando estava tudo pronto, retornou ao médico e lhe mostrou estes exames. O doutor os examinou e após ver todos os resultados, disse:
    - Talvez você esteja usando banha demais.
    - Sim! - Respondeu ela. - Faço feijão, arroz, carne e batatas, tudo com banha.
    - Talvez você também esteja usando açúcar demais.
    - Sim! - Respondeu ela. - Faço doce de coco, doce de abóbora, doce de leite, doce de figo e salada de frutas, tudo com açúcar.
    - Sabia que o açúcar e a banha fazem mal? - Perguntou o doutor.
    - Certamente! - Disse ela.
    O médico continuou falando:
    - Também vi que você usa muita farinha de trigo. É verdade?
    - Sim! - Respondeu a centenária. - Asso pão com farinha de trigo, b anha, sal e açúcar, junto ainda com fermento e os vizinhos todos querem uma provinha deste pão.
    - Então ainda acrescenta sal! - Disse o doutor.
    - Sim! - Disse a velhinha. - Pão sem açúcar e sem sal é como carne sem banha: não tem gosto. ...Mas, como você viu tudo isto?
    - Através de seus exames. Eu vi que você tem muita banha, açúcar e farinha acumulado em seu corpo. Todos os índices estão muito altos. E recomendo com firmeza que você abandone a banha, o açúcar e a farinha para viver mais alguns anos.
    - Ah é? - Disse a velhinha. - Devo então realmente deixar de lado a banha, a açúcar e a farinha de trigo para viver mais alguns anos?
    - Certamente! - Disse o doutor.
    - Engraçado! - Disse a velhinha. - Você já é o quinto médico que me diz a mesma coisa. Os outros quatro que me falaram isto, há muitos anos atrás participei de seu enterro.
    (Qualquer semelhança é mera coincidência)

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