quinta-feira, 18 de setembro de 2014

A Hora da Faxina: Envelhecer com Qualidade



 Envelhecer com Qualidade

   Chega um momento na vida das pessoas onde nem tudo é mais tão dinâmico e fácil como foi há pouco tempo. E não existe uma idade certa para se dizer quando a pessoa está velha. Depende muito de cada um. O fato é que dificilmente esta idade não é acompanhada de óculos, alguns pivôs e remédios diários. 
   Estas são formas físicas de dizer que o organismo não é mais o mesmo e que ele precisa destes acessórios. Algumas pessoas, além disso ainda precisam de outros recursos para andar para dentro da velhice. Mas o que todos almejam mesmo, é envelhecer com qualidade. Caminhar no mundo dos netinhos com qualidade para compartilhar suas vivências é muito gratificante, pois o próprio andamento deste modo de viver faz o idoso se sentir menos velho.
   Mas, como se envelhece com qualidade?
   Parece uma pergunta difícil de responder. Mas foi justamente um amigo meu, na altura de seus 86 anos de lucidez, sabedoria e qualidade de velhice quem me deu esta resposta em apenas uma frase:
   - "Só realmente envelhece quem tem medo de acompanhar a tecnologia!"
   Ele é o tipo moderninho, conhece até whatsapp. Pra ele pendrive é um velho conhecido seu, e marcar passagem aérea para Portugal onde moram suas filhas via internet é brincadeira de criança. Ainda dirige seu carro com o cuidado de um garoto de dezoito anos que a recém começou a dirigir e seu conhecimento sobre história e geografia universal é invejável.
   Mas a frase que ele me disse ficou me martelando na mente. Comecei a singrar meus amigos velhos e seus acertos ou desacertos com a tecnologia e eis que descobri a grande verdade na frase profética deste meu amigo. Afinal, relembrando o comportamento das pessoas eu consegui formar um mapa de velhos acabados e velhos entusiastas. O que os diferenciava? Justamente a tecnologia. Aqueles que viam o computador como um bicho papão e ainda usavam máquina fotográfica de filme, justamente eram os que tomavam mais medicamentos e mais frequentavam médicos. 
   Por outro lado, amigos e amigas que tinham seu telefone de tela sensível, que levavam seu tablet junto nas viagens às termas e que compravam vinhos finos via internet, justamente eram pessoas saudáveis, com ânimo nos altos de sua velhice e que tinham gosto em compartilhar suas histórias com quem perguntasse ou quisesse ouvir. E mais: faziam hidroginástica, pilates, e não abriam mão de um copo de vinho ou uma lata de cerveja por dia. Misteriosamente estes velhos não contraem Parkinson ou Alzheimer, tem memória privilegiada e dão prazer em sua companhia porque não vivem se queixando de problemas de saúde. Ninguém gosta de ouvir só queixas.
   Eu já sei o que fazer para continuar caminhando em minha vida com qualidade: ser curioso e tentar sempre aprender com as novidades que vão surgindo. Comprovei a lição do meu amigo e agora também almejo chegar aos 86, se tiver esta graça e privilégio, dando aula de conhecimento e mostrando saúde e vitalidade. Não tenho medo da tecnologia e vou ter sempre as novidades em meu uso diário. 
   E você? Já descartou sua máquina fotográfica de filme? Tá na hora. O tempo não perdoa.

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