sábado, 5 de outubro de 2013

Dez dias sem você.





Amor incondicional.
Vivemos uma vida cheia de trocas, acertos, conquistas e vitórias. Vivemos cada centavo ganho para crescer, ter filhos, construir nosso lar, viver, viajar, presentear, convidar para almoços e jantares as pessoas que nos são especiais, dar toques pessoais em cada cantinho da nossa casa. E que jeito doce e encantador ela tinha para deixar nosso lar com cara de bem-estar. Cada centavo trabalhado foi transformado em gotas de alegria e satisfação, onde nossa soma fez a diferença. Cada centavo ganho foi motivo para nos sentirmos mais unidos e o desejo de continuar assim, para sobrar o suficiente para fazermos férias e nos curtirmos durante alguns dias em ambiente diferente. Na volta sempre a mesma frase: "Nada como nosso lar!"
As viagens são para reafirmar sempre que o paraíso é o cantinho que nos cerca.
Amor incondicional.
Quando namorados, fizemos um pacto. Um pacto, que quando casados jamais iríamos dormir sem fazer as pazes, por pior que fosse a discussão. E isto aconteceu.
Durante os 31 anos de casados, nunca, jamais, fomos dormir sem um não pedir desculpas para o outro pelos erros, desacertos, enfim, pela briga, para corrigir. Melhor dito, briguinhas. Jamais brigamos de verdade. Aqueles desacertos bobos que muitas vezes são gerados por egoísmos estúpidos e unilateralidades. E como era gostoso ouvir depois da derradeira declaração: "Fui um estúpido, me perdoa? - E aquele olhar único, que só ela tinha, como se estivesse desbravando minha alma, respondia num leve sorriso: "Claro, vidinha! Só te torturei um pouco para sentirmos o quanto de gostoso é voltar a se amar plenamente!" Vidinha. Sim, assim nós nos chamávamos carinhosamente. Um a vida do outro, um o todo do outro.
Amor incondicional.
Tão gostoso e puro enquanto durou, que hoje, uma pessoa da família me ligou e disse:
"Pio, foram só 31 anos. Mas, com certeza foram mais que 62 anos, se comparado a tantos casais que vivem uma vida desestruturada, só se aturam e nunca ficam apaixonados de verdade." Plenitude. Este é o termo. Amar em plenitude é tudo isto que vivemos. Então, consigo ficar sereno, em paz, sem me descabelar, sem gritar, sem xingar a Deus por ter me arrancado um ser tão anjelical no auge de sua existência, sem me achar um miserável ou como o último infeliz do planeta, sem perguntar o porquê. Porque nós vivemos! Nós vivemos, gente! Sabe o que é isto? Isto é a essência da nossa passagem aqui na Terra. Viver! Porque muita gente acha que vive, mas na verdade passa na terra juntando etapas. A certeza de tudo ter sido realizado conforme sempre planejamos, sem titubear, no certo pelo certo e no duvidoso descartado, esta era nossa premissa. Uma vida planejada onde um olhava para o outro, sorríamos, e dizíamos. Aliás, antes, ela ainda suspirava. Então dizíamos: Eu te amo!

Um comentário:

  1. “Se tiver que amar, ame hoje. Se tiver que sorrir, sorria hoje. Se tiver que chorar, chore hoje. Pois o importante é viver hoje. O ontem já foi e o amanhã talvez não venha.”
    ―Chico Xavier

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