segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Rosas para Bere



Rosas para Bere

   Estou antecipando a entrega deste buquê de rosas para Bere já que na próxima quinta-feira, que seria a data do seu aniversário, não estarei aqui para entregar. Já fiz de propósito. Vou sair para não estar aqui, porque não sei o quanto este dia trinta de Janeiro vai me abalar, já que será o primeiro aniversário de Bere e o primeiro aniversário de casamento que passarei sozinho. O Natal já me abalou. Senti profundamente ter que levar seu presente no cemitério. E naquele cenário, somente eu, o buquê e aquela cova fria me ensinou que a ausência é muito mais presente do que parece. A ausência é marcante. A presença muitas vezes não o é. E isto doeu. Sua ausência marcante de tudo o que de tanto bem ela sempre fez a mim e a todos os que a cercavam. Muitas vezes agindo nos bastidores e vibrando com os resultados, sem as pessoas que foram afetadas com sua ajuda marcante o saberem. Mas o sentirem. Chorei muito lá e saí quando as lágrimas começaram a secar. A entrada do Ano Novo foi tão marcante, que guardo até hoje em meu coração o momento em que eu pensei em abraçar Bere espiritualmente mas a sensação que se formou então, foi de um vazio tão grande, de uma ausência tão marcante que jamais vou esquecer. Estas coisas do coração não tem como medir. Sempre pegam fundo. Mesmo que a gente não tenha a intenção. Mas celebrar uma data que não vai mais acontecer, que ficou no tempo somente como um marco de um grande acontecimento, isto nunca passei. E por isto não quero estar aqui, olhar para todos os detalhes que fomos trazendo para dentro de nosso lar nestes trinta e um anos de convivência e sentir a ausência de sua grande protagonista. Mas Bere, no plano em que estiver, sabe que eu não sou medroso, supersticioso ou fracote a ponto de fugir de nosso cenário para não passar esta data aqui. Ela sabe que eu farei isto primeiro pelos nossos filhos que também vão sentir o peso desta data. Depois, para eu ter no meio do descanso, tempo e luz para refletir sobre tantos momentos bons que vivemos juntos, e que esta data justamente comemorava sempre a repetição destas conquistas. Trinta e uma rosas vermelhas, trinta e um anos de feliz vida em comum. Duas rosas amarelas, dois anos de namoro, conhecimento, descobertas e o despertar do maior amor de nossas vidas. E uma rosa cor-de-rosa, em sinal do dia que seria seu aniversário e o aniversário de nosso casamento. Fui premiado por ter este ser maravilhoso em minha vida, a minha Bere. E isto me alivia quando penso nos motivos do porquê de ela ter partido tão cedo.



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