terça-feira, 5 de maio de 2015

Pequenas Mentiras, Meias Verdades; Histórias de Freiras



 Histórias de Freiras

   As freiras são mulheres voltadas à meditação, à religião e ao auxílio nos mais diversos segmentos onde pessoas venham a precisar de cuidados, tanto na ordem espiritual como em seu modo de vida. Quando doentes, as freiras desde os tempos remotos fizeram a diferença, principalmente quando havia epidemias de doenças contagiosas, ou surtos de doenças incuráveis, muitas vezes as vítimas destes males eram somente atendidas pela dedicação e abnegação das freiras, que desempenhavam estas funções colocando suas próprias vidas em risco por amor ao próximo e sua devoção a Deus.
   A partir dali, surgiram congregações que foram viver em conventos, formando comunidades a parte. Lógico que lá não era permitida a entrada de homens. Elas exerciam todas as tarefas, faziam os trabalhos desde os mais leves, até os pesados exercidos normalmente por homens.
   Quando então havia a necessidade premente para um homem executar alguma tarefa, tais com cortar uma árvore, carregar pedras, fazer reformas ou carnear algum porco ou boi, era contratado um homem. Às vezes, ainda com um ou dois auxiliares. Nestas ocasiões, havia uma logística inteira dentro do convento para que as freiras não cruzassem pelos homens lá dentro, ficando elas muitas vezes enclausuradas o dia inteiro, saindo de seus quartos somente para as refeições. O contato com os contratados geralmente era feito através da madre superiora.
   Então, qualquer assunto referente à procriação ou fornicação era um tabu muito grande e todas julgavam ser um sacrilégio presenciar um ato destes, nem que fosse só em pensamento. Muito menos ao vivo, ao natural. Nem entre animais.
   Certo dia, comunidade de irmãs no convento, numa cidade lá do interior, resolveu mandar construir um galinheiro para encher de galinhas e assim ter a provisão de ovos para todo o ano naquele convento. Mas, também tinham a intenção de fazer procriação neste galinheiro para que tivessem suas próprias galinhas para suas galinhadas, canjas, sopas, enfim, para tantos pratos bons feitos a partir de galinhas.
   Contrataram o melhor marceneiro da vila. Ele veio, fez seu trabalho e deixou tudo especial. Uma obra de arte. O galinheiro então foi povoado. As freiras compraram uma dúzia de galinhas, era o que seu dinheiro alcançava. Resolveram deixar as galinhas chocarem os primeiros ovos que fossem pondo para duplicar, ou até triplicar a quantidade de galináceos do convento. 
   Mas, que decepção. Ao passar de vinte dias, o  galinheiro estava com 5 dúzias de ovos espalhados em seu interior, uma grande parte podre e os poucos que sobraram as freiras aproveitaram para comer. Mas nada de pintinhos. 
   Então, foram conversar com o padre da paróquia para verem onde estava o erro, por que as galinhas não procriavam com seus ovos postos naquele galinheiro. O padre as recebeu, então a madre superiora já saiu falando: 
   - Padre, gostaríamos de saber onde está nosso erro. Temos o galinheiro cheio de galinhas garbosas que botam ovos todos os dias. Mas já faz um mês e até hoje não tivemos nenhum pintinho saindo daqueles ovos.
   - Vocês têm um galo junto com as galinhas naquele galinheiro?
   - Não padre. Nós achamos que seria muito pecaminoso ter um galo correndo atrás das galinhas no galinheiro dentro do convento. - O padre, coçando a larga barba branca então disse:
   - Então vocês estão querendo fazer como que se a mulher fosse ter filhos sem o marido.
   - Ah, é assim? Disse a superiora. Então precisa de um galo? Acho que vou desistir da ideia de criar pintinhos no nosso galinheiro. 
   - Bobagem! - Disse o padre. - É bem mais simples: coloquem o galo com elas e quando ele quiser correr atrás das galinhas, fechem os olhos que não verão a porquice.


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