sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Hora da Faxina: Chuva




 Chuva

   Por vezes a chuva é tão poética, a ponto de fazer com que tenhamos uma noite aconchegante com seu barulhinho sossegado tamborilando por entre folhagens e pedras. Um barulho de chuva é introspectivo, ele puxa para dentro de nós sentimentos de calmaria e paz, onde nosso organismo consegue se encontrar para seu estado também virar paz e assim nos embalar num sono tranquilo.
   Por outras vezes a chuva fica nossa inimiga, a vilã de uma noite mal dormida, por seu modo agressivo de se comportar. Carregando consigo vento, raios e trovões, ela acaba nos tirando o sono e o sossego. E mesmo que estejamos conciliando um gostoso e reparador sono num cochilo aconchegante, eis que vem um raio que nos acorda com seu clarão refletido através da veneziana, e em seguida o trovão sacode tudo ao nosso redor, vindo nos avisar de que mais uma manga de água vem na sequência com seu turbilhão de gotas grossas e assustadoras, enquanto o vento se encarrega de pintar o resto do quadro.
   Por outras vezes ainda, uma chuva grossa e insistente perdura horas e nos trás o recado de que ali adiante, não muito longe, rios irão transbordar trazendo água para todas as baixadas numa enchente incontrolável, desalojando pessoas, invadindo casas e destruindo muitos pertences, onde boa parte da gente que mora ali, já tem tão pouco. Mesmo tendo sol depois deste chover insistente, o cenário não se alegra porque o estrago se mostra proeminente.
   Chuva. Tão boa e tão má. Mas necessária para o ciclo dos dias se transformar em resultados que a natureza desenha. Ela precisa da chuva para se mostrar em seu melhor estado, florescendo e florindo tantas plantas e árvores que hibernavam na expectativa deste acontecimento. E mais uma vez este ciclo se inicia, exuberante e frondoso por ter recebido chuva.
   Eu muitas vezes estive intrigado em saber por que a chuva geralmente pinga em gotas iguais. Toda a chuva que cai, chega a nós em gotas de tamanho uniforme. Eu pensava: "Mas se é a nuvem que se desfaz e desce, como podem as gotas ser todas iguais?" Quando é chuva grossa, média ou fina, sempre os seus pingos serão do mesmo tamanho. Então fui pesquisar e fiquei mais fascinado ainda com a natureza. Pois, a chuva quando se forma no desmanche de uma nuvem, devido à resistência da atmosfera vai deixando a gota chata na parte de baixo, e esta parte baixa vai formando uma cavidade para dentro da gota gigante, repartindo-a. E quanto mais do alto a chuva cai, mais finos são os pingos de chuva por causa da resistência atmosférica. E por este motivo, todos os pingos de uma chuva tem o mesmo tamanho.
   Aprendi que pingos finos se formam a partir de nuvens altas e pingos grossos se formam a partir de nuvens baixas. E o mais interessante ainda, é que aprendi que muita chuva quando cai evapora muito antes de chegar ao solo. A natureza é muito interessante e sábia. 

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