terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Hora da Faxina: Falar em Diminutivo




 Falar em Diminutivo.

   Você certamente já se sentiu contagiado com algo falado a você no diminutivo não?
   Quando algo é mencionado a nosso respeito no diminutivo, parece que já vem doce, realizado, não temos nem coragem de contestar porque ficamos desarmados, sem ação frente àquela palavra no diminutivo. Se alguém diz: "Você é uma pessoa especial!" É uma expressão que contagia nosso coração. Mas, se ao invés disso alguém diz: "Você é uma pessoinha especial!" Nossa! Parece que a frase ficou anos luz à frente em matéria de carinho. Isso que me refiro. E tem muitas pessoas que conseguem usar o diminutivo sutilmente em suas manifestações, tornando nosso relacionamento algo gigante, aumentado, pelo tamanho do carinho embutido simplesmente em sua fala.
   É tão engraçado isso, pois falando no diminutivo o poder do elogio se torna gigante. E as pessoas perderam o hábito de fazer isso. Já quase não dizem mais 'que graça!', quem dirá, 'que gracinha!'. Algo simples de dizer, de aplicar, mas não sei por que caiu de moda.
   Falar no diminutivo é sempre construir algo melhor na referência a quem vai se referir. Vizinho é um termo que não está no diminutivo, mas tem o 'inho' para aproximar as pessoas que moram perto da gente e para quem a gente corre quando há necessidade de ajuda.
   Por outro lado, existem pessoas que exploram esta prerrogativa justamente para se promoverem, para tirarem vantagem. Conheço algumas pessoas que se enquadram neste contexto e que, por serem tão sem noção, quando as vejo, as evito, fugindo de seu contato, sua conversa.
   Conheço uma pessoa que é tão melosa, mas artificial, que fala tudo no diminutivo, inclusive advérbios, verbos, enfim, suas frases ficam pateticamente diminutivas. Por exemplo, quando for se referir ao tempo diz assim:
   - Meu Deuzinho do ceuzinho! Hojezinho está fazendinho um calorzinho bem acimazinho do normal. Tomarinha que a aguinha da piscininha lá de casa esteja quentinha para que possaminhos entrarzinho nela e dar aquela curtidinha.
   Ou seja, um parágrafo todo dito no diminutivo, algo inexistente. Para quem vê tudo isto do lado de fora logo entende que houve uma forma de forçar uma interpretação interativa da boa para algo que talvez não tivesse merecido tanto elogio. E não merecia mesmo. Porque quem fala assim, usa este recurso sempre em favor próprio.
   Portanto: mesmo que pareça muito lindo a princípio, fuja de pessoas que expressam seus sentimentos no diminutivo, pois geralmente é para cativarem você e depois tirarem vantagem de você. Que coisinha!!!!

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